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Quantos brinquedos o seu filho tem? Desses, quantos são eletrônicos, têm botões, são de plástico, emitem luzes e sons? E o que dizer daqueles que têm apenas uma função, do tipo “aperte um botão”, e o resultado é ouvir um som repetitivo ou uma musiquinha insuportável?
É claro que existem brinquedos eletrônicos interessantes, mas é muito comum adquirir um brinquedo caro, aparentemente incrível, mas que não proporciona nenhum tipo de desafio à criança e não lhe permite inventar, criar, imaginar novos usos ou aplicações. Depois de um tempo de deslumbramento, a criança se enjoa e vai se entreter com as tampas das panelas no armário da cozinha, com as latas de massa de tomate na despensa ou com os gravetos e pedrinhas do quintal.
O mercado está abarrotado de opções de entretenimento vazio que destroem a imaginação das crianças e as fazem perder um tempo que seria melhor investido em brincadeiras de verdade, ou seja, em brincadeiras nas quais elas aprendem algo. E para aprender algo não é preciso de um “brinquedo educativo” ou de um “brinquedo que ensina”, bastam brincadeiras como esconde-esconde, batalha naval, rouba-bandeira, bola de gude…
Através das brincadeiras e jogos, elas aprendem a respeitar regras, a esperar por sua vez, treinam a memória e a concentração, aprendem a resolver problemas, muitas vezes exercitam também o corpo e desenvolvem habilidades motoras. Ou seja, embora proporcione diversão, brincadeira é coisa muito séria.
Os brinquedos podem e devem participar dessas brincadeiras, mas é preciso estar atento à quantidade e à qualidade deles.
Males do excesso de brinquedos
Ter brinquedos demais é uma perturbação para pais e filhos. Para os pais é um terror: falta lugar para guardá-los, eles acumulam poeira, ficam espalhados por toda a casa e podem ser pivôs de birras e choros quando desaparecem, quebram-se ou simplesmente param de “funcionar”.
Já as crianças que têm brinquedos demais tendem a crescer sem dar valor ao que têm. Valoriza-se muito mais aquilo que se obtém com algum esforço – por essa razão, é muito recomendável que as crianças, juntamente com os pais, façam alguns brinquedos por conta própria. Dando-lhes muitos brinquedos, permitimos também que entrem prematuramente no jogo do consumismo e que desenvolvam a mentalidade equivocada de que, para ser feliz e ser aceito socialmente, é preciso ter tudo o que os seus pares têm. Quando forem adolescentes, sofrerão por não ter as roupas da moda, o celular mais moderno… Quando adultas, quererão o carro do ano e férias nos destinos mais procurados, do contrário, entrarão em depressão. Outro risco é crescerem pensando que tudo é descartável: quebro um brinquedo, ganho outro.
Por fim, há outro problema, em geral pouco comentado, no excesso de brinquedos: ele atrapalha a concentração. Ter opções demais é, na verdade, um tormento para as crianças. Deixa-as mais agitadas, super-estimuladas e, conseqüentemente, pode atrapalhar tanto a concentração durante as brincadeiras quanto durante uma atividade escolar, leitura ou estudo.
Avalie algumas coisas antes de comprar um brinquedo
Portanto, antes de comprar um brinquedo, vale fazer alguns questionamentos:
- Este brinquedo exige que a criança faça alguma coisa ou ele faz praticamente tudo sozinho?
- O que é possível fazer com ele? Apenas uma ou duas coisas?
- Este brinquedo estimula o pensamento criativo e a imaginação ou tem apenas uma finalidade?
- De que material o brinquedo é feito? Existe modelo semelhante fabricado com matéria-prima natural, que não exija pilhas ou baterias, feito de modo artesanal e tenha maior durabilidade?
- Meu filho já tem um (ou mais) brinquedo(s) similar(es)?
- Estou comprando este brinquedo porque tenho pena de meu filho, que “precisa” ter um brinquedo como o dos coleguinhas, dos primos ou como anunciado na T.V.?
Diante das respostas, certamente ficará mais fácil escolher. Um bom brinquedo deveria instigar a curiosidade, propiciar o desenvolvimento da concentração, da memória, de habilidades motoras, ser um bom companheiro nas brincadeiras imaginativas ou algo para partilhar com os amigos. E isso não quer dizer que tenha de ser caro e complexo. Pelo contrário, areia, terra, caixas de papelão, massa de modelar, utensílios domésticos, gravetos e pedrinhas são brinquedos fantásticos que podem proporcionar tudo isso. Continue nos acompanhando. Em breve, falaremos mais sobre esses materiais simples que podem render brincadeiras fantásticas.
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Olá, bom dia!
Gostaria de saber a partir de qual idade podemos presentear nossos filhos com um aparelho celular? Quais os cuidados que devemos ter e quais orientações são importantes passar a eles?
Obrigada.