Tempo de leitura: 7 minutos
No momento da leitura, a criança tem de se orientar de maneira adequada em um “espaço gráfico”, a saber, em uma folha de livro, jornal, caderno etc. Para que se oriente com certa tranquilidade nesse espaço, ela precisa antes se orientar no espaço físico, tendo como referência inicial o seu próprio corpo. Os exercícios de orientação espacial podem ser praticados desde muito cedo, quando a criança ainda tem 3, 4 anos.
Neste vídeo, eu sugiro 3 exercícios para você praticar com seus filhos, a fim de prepará-los para uma alfabetização eficaz.
Afinal, qual é a importância do desenvolvimento dessa habilidade chamada orientação espacial ou percepção espacial?
Veja bem. Ao lermos um texto, sabemos que as palavras são dispostas na página obedecendo a uma direção definida, de cima para baixo e da esquerda para a direita. Sabendo disso, precisamos entender que as crianças, no ato da leitura, terão como referência o próprio corpo para se orientar no espaço gráfico. Quando falo aqui em espaço gráfico, estou me referindo à página de um livro, de um jornal, etc.
Então, qual é a melhor maneira de a criança se adaptar a esse espaço gráfico? É preciso, primeiro, praticar exercícios no espaço físico envolvendo o próprio corpo da criança. A criança precisa saber se orientar no espaço físico, antes de saber se orientar no espaço gráfico.
Assim, na primeira etapa, passarei exercícios em que a criança terá como referência o próprio corpo. Será que todas as crianças sabem realmente qual é o seu lado direito e qual o seu lado esquerdo? E algumas crianças que já sabem demoram muito para localizar sua direita ou sua esquerda. Portanto, dois fatores importantes estão em jogo: a localização e a velocidade na percepção da localização.
Os exercícios, portanto, ajudarão as crianças a se orientar no espaço e a aumentar a velocidade na identificação do lado direito e do lado esquerdo.
Vamos, pois, à primeira etapa da dica de hoje. A criança deve saber qual é o seu lado direito e qual é o seu lado esquerdo. Se você perguntar ao seu filho: “Filho, levante sua mão direita”, talvez ele acerte, mas por “chute”. É preciso, no entanto, interiorizar essa noção. E como fazer isso? É bem simples. Coloque na mão direita da criança um objeto qualquer, por exemplo, um lápis; e na mão esquerda, uma borracha, suponhamos. Então, diga-lhe: “Levante a mão que está segurando o lápis. Muito bem, filho, essa mão é a sua mão direita. Agora, levante a mão que está segurando a borracha. Ótimo, essa mão é a sua mão esquerda.” Faça isso ao longo de semanas, se for necessário; pois o tempo de interiorização da noção de direita e esquerda varia muito de criança para criança.
A partir do momento em que a criança conseguir obedecer com precisão ao comando, você pode começar a treinar sem objetos, dizendo: “Filho, levante a mão direita” ou “Filho, levante a mão esquerda.”
Então é possível progredir para outra etapa, dizendo: “Filho, pegue a sua orelha direita. Muito bem, agora sua orelha esquerda.” Pode-se fazer isso com os ombros, os olhos, etc.
Já num outro momento, a referência continuará sendo o corpo da criança, porém agora o corpo servirá para organizar os objetos que estarão diante dela. Você pode fazer isso na hora do almoço, por exemplo. Colocando três talheres sobre a mesa, um garfo, uma faca e uma colher, diga ao seu filho assim: “Qual é o talher que está à esquerda da faca?”, levando em consideração a posição do observador (no caso, a criança). A resposta, por exemplo, será: “O garfo.” Depois, pergunte: “E qual o talher que está à direita do garfo?” A resposta deverá ser: “A faca.” Pode-se continuar perguntando qual talher está à direita da faca, ou no meio, entre a colher e o garfo.
É importante que você coloque os talheres em linha, da esquerda para a direita, porque o nosso foco é melhorar a percepção das palavras dispostas em espaço gráfico.
Depois disso, estamos preparados para a segunda etapa. A primeira tinha como referência o próprio corpo da criança. Agora ela terá como referência o corpo de outra pessoa.
Esta atividade é um pouco mais complicada, mas a criança terá de enfrentá-la. Tendo posicionado a criança à sua frente, peça que ela repita todos os movimentos que você realizar. Por exemplo, segurar a orelha direita com a mão direita. É evidente que, no início, as crianças podem cometer o erro do espelhamento, ou seja, ela terá a falsa impressão de que precisa pegar a orelha esquerda dela, porque, por assim dizer, está do mesmo lado daquilo que o pai ou a mãe está fazendo. Você terá de mostrar à criança que ela precisa pegar a orelha direita com a mão direita, como você está fazendo. Se ela não conseguir, ponha-se ao lado da criança e então levante você a sua mão direita, pedindo que ela também levante a dela. Depois, segure sua orelha direita e a criança também terá de segurar a dela. Feito isso, você voltará à posição inicial, em frente da criança, para que ela tenha a percepção cruzada, imaginando esse giro.
Muito bem, essa atividade pode envolver vários comandos: segurar a mão esquerda, tocar o olho direito com a mão direita, pegar a orelha esquerda com a mão direita, vice-versa, etc.
Essa é, portanto, a segunda etapa da dica: a criança terá como referência o corpo de outra pessoa, dificultando um pouco a orientação espacial.
Depois de fazer isso, terá sido dado um grande passo para que a criança faça aquela adaptação do espaço físico para o espaço gráfico, o que aumentará o rendimento futuro dela em leitura e em escrita.
Por fim, quero destacar que esses exercícios podem ser praticados não só com crianças em torno de 4, 5 anos, mas também com crianças maiores, de 7, 8, 10 anos, além de adolescentes e adultos, que talvez não foram submetidos a essas práticas.
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escrita e leitura caminham juntas?
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escrita e leitura caminham juntas?
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Assisti dois videos do blog e já estou amando. É um excelente trabalho para nos ajudar enquanto pais e professores.
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Quero continuar recebendo estes videos gratuitamente,pois está sendo muito proveitoso e estou aprendendo bastante!Obrigada!
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Olá Carlos, excelentes suas dicas! Eu sou formado em Matemática pela UFF e atualmente sou um seminarista das Igrejas Reformadas do Brasil. Trabalhei alguns anos em escolas públicas, mas abandonei a carreira. Tive alguns choques com a direção da escola por conta do sistema educacional. Nós educamos nossos filhos em casa e carecemos bastante de instrução pedagógica. Eu e minha esposa Priscila estamos indo para o nosso 6° filhos. Temos muito trabalho por aqui! São muitas crianças! Obrigado pelo seu tempo e disposição em nos ajudar! Deus continue abençoando o seu trabalho!
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Olá Professor, como vai?
Já recebo os seus emails há alguns meses. Meu marido o conheceu primeiro, foi ele quem me cadastrou. Ele deseja implantar o Homeschooling para nossos filhos, temos três, Melissa (8 anos, está na segunda série), Clarissa (5 anos, não está estudando) e Bernardo de 6 meses.
Minha filha estuda numa escola particular ” Cavalieri” de sistema Salesiano, gosto da escola, acredito ser uma escola boa, dentro da minha visão de leiga. Desde bem cedo que tento ensiná-la o máximo que posso, eu que a alfabetizei, dentro das minhas limitações.
Sempre estudei em escolas públicas, já aos 32 anos comecei o curso de Fisioterapia, mas não concluí, fui só até o quarto período. Hoje estou com 40 e tenho uma frustração grande por não ter conseguido ter uma profissão. Me sinto improdutiva.Tinha bastante interesse pelos meus estudos, mas sempre tive muita dificuldade em algumas matérias, matemática, física… Há mais ou menos 2 anos, comecei a “investigar”, pesquisar sobre alguns probleminhas que observo desde a minha infância, e que se acentuaram na adolescência e que prejudicaram muito a minha vida estudantil e consequentemente profissional. Bom, e cheguei a conclusão, no meu “auto diagnóstico”, que tenho TDAH. Preciso procurar um profissional, pra ter certeza absoluta. Tenho dificuldade em me concentrar, sempre que começo a ler um livro não consigo concluir, minha memória anda péssima, e por aí vai, rs. Tenho medo que minhas filhas tenham esse problema, e passem pelo mesmo que passei, já vejo alguns sinais nelas, principalmente na mais nova. Gostaria de uma orientação, não sei que rumo tomar e não quero que elas fiquem prejudicadas, quero que elas consigam ter o máximo de aproveitamento na vida escolar.
Comecei a estudar as suas lições e vou começar a aplicar à elas.
Desde já, obrigada, Solange.